Brasil é destaque no Mundial de Atletismo Paralímpico 2023

Atletas brasileiros realizam a melhor campanha da história do país na competição. Por Thammy Luciano Segundo colocado no quadro geral com o total de 47 medalhas conquistadas, o Brasil foi destaque no Mundial de Atletismo Paralímpico 2023, que aconteceu entre os dias 8 e 17 de julho, em Paris. Representada por 54 atletas e 11 atletas-guia, a Seleção Brasileira de atletismo paralímpico realizou sua maior campanha na história da competição. No domingo (16), o atletismo paralímpico brasileiro ultrapassou o total de medalhas da China, que terminou o mundial com 45 medalhas. Os brasileiros subiram mais vezes no pódio e conquistaram 14 medalhas de ouro, 13 de prata e 20 de bronze, mas por uma diferença de duas medalhas de ouro, o Brasil permaneceu na vice-liderança. De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), com essa marca o Brasil conquista o maior número de medalhas entre todas as participações do país no Mundial de Atletismo Paralímpico, superando a competição de Dubai 2019, quando ganhou 39 medalhas, sendo 14 de ouro, nove de prata e 16 de bronze. Mesmo sendo o segundo colocado no quadro de medalhas, não faltaram motivos para comemorar. Além dos pódios, o Brasil bateu o recorde mundial no arremesso de peso classe F53, categoria em que os atletas competem em cadeiras de rodas. Na primeira prova do Mundial de Atletismo Paralímpico, Beth Gomes conquistou ouro e bateu o recorde da modalidade. Beth era dona do recorde mundial, que era de 7,16m, registrado em junho no Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de atletismo, que aconteceu em São Paulo. Desta vez, em Paris, em sua quinta tentativa, Gomes arremessou o peso a 7,75m, tornando a marca o novo recorde mundial. Atletismo paralímpico Que tal conhecer um pouco mais sobre o atletismo paralímpico? Praticado por atletas com deficiência física, visual ou intelectual, o atletismo paralímpico é dividido entre as provas de campo (Field), as provas de pista (Track) e provas de rua. Conheça a seguir cada uma das modalidades e suas classes: Provas de Campo (F): Lançamento de disco e club; Lançamento de dardo; Arremesso de peso; Salto em distância; Salto em altura; Salto Triplo. Classes (F) F11 a F13 – Deficiências visuais; F20 – Deficiências intelectuais; F31 a F38 – Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38 para andantes); F40 a F41 – Baixa estatura; F41 a F46 – Amputados ou deficiência nos membros superiores ou inferiores (F42 a F44 para membros inferiores e F45 a F46 para membros superiores); F51 a F57 – Competem em cadeiras de rodas (sequelas de poliomielite, lesões medulares; F61 a F64 – Amputados de membros inferiores com prótese. Thiago Paulino no Lançamento de Peso F37 (Foto: Alexandre Schneider/CPB) Provas de Pista (T): Velocidade: 100m, 200m, 400m, revezamento 4x400m e revezamento 4x100m; Meio fundo: 800m, 1.500m; Fundo: 5.000m, 10.000m. Classes (T) T11 a T3 – Deficiências visuais T11 – Corre ao lado do atleta-guia e usa o cordão de ligação. No salto em distância, é auxiliado por um apoio. T12 – Atleta-guia e apoio, no salto, são opcionais. T13 – Não pode usar atleta-guia e nem ser auxiliado por um apoio T20 – Deficiências intelectuais T31 a T38 – Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes; 35 a 38 para andantes) T40 a T41 – Baixa estatura T42 a T44 – Deficiência nos membros inferiores T45 a T47 – Deficiência nos membros superiores T51 a T57 – Copetem em cadeiras de rodas T61 a T64 – Amputados de membros inferiores com prótese Provas de Rua: Maratona (42km); Meia-maratona (21km). Essa lista e mais informações estão disponíveis no site do CPB. Para saber mais sobre o atletismo paralímpico acompanhe o Comitê Paralímpico Brasileiro e fique por dentro de todas as conquistas dos nossos atletas. Referências:
Empresas brasileiras que promovem acessibilidade audiovisual

Conheça quatro empresas de acessibilidade que fazem a diferença no mercado audiovisual do nosso país Por Leonardo Piza 1 – ShowCase Pro Não poderíamos deixar de fora da lista a nossa queridinha ShowCase, atuando no mercado desde 2010. A empresa conta com tecnologias que promovem acessibilidade para centenas de produtoras, emissoras e eventos através de Closed Caption, Audiodescrição, Tradução Simultânea e LIBRAS. Dentre os alvos de suas soluções, podemos citar: empresas, produtoras audiovisuais, educação, governo, rádio, entre outros. Há mais de dez anos, a ShowCase investe na Pesquisa e Desenvolvimento de soluções para Acessibilidade em diferentes plataformas. Todas as ferramentas utilizadas encontram-se detalhadas no site da empresa (showcasepro.com.br). 2 – Cinema Cego. A empresa Cinema Cego é fruto de uma pesquisa de doutorado na Universidade de Brasília (UNB). Após muitas pesquisas e estudos para se aprofundar no tema, a equipe da Cinema Cego descobriu seu propósito no mundo: levar conforto e praticidade para o dia a dia de pessoas com deficiência visual. A Cinema Cego prega o pensamento de que audiodescrição já não é mais um conceito reservado somente às artes audiovisuais. Dentre os diferentes tipos de audiodescrição realizadas pela empresa, podemos citar: vídeos, filmes, exposições de arte, palestras, shows e e-commerce no geral. No site da empresa (cinemacego.com), além de explicar em detalhes todos os ramos nos quais a empresa atua, também podemos conferir ofertas de cursos de audiodescrição para os interessados no universo da acessibilidade. 3 – ETC Filmes. O grupo ETC Filmes está no mercado audiovisual há 18 anos e tem parceria com diversas distribuidoras, produtoras e exibidoras de conteúdo audiovisual de todo o país. É considerada referência quando se trata de produção de recursos para nossos cinemas. Dentre seus serviços encontramos: LIBRAS, Legenda Descritiva, Audiodescrição, etc. Também fazem tradução de livros, roteiros, filmes, séries, entre outros. Além disso, podemos encontrá-los em outros meios além do Cinema, como, por exemplo, Plataformas de Streaming, Canais de TV e Internet. O atendimento do ETC acontece pelo site etcfilmes.com.br. 4 – Perto Digital. E para fechar com chave de ouro temos a Perto Digital, empresa voltada para sites, conteúdos escritos e em áudio. Vamos checar as soluções que a pertodigital.com.br tem a oferecer aos seus clientes: E sabe qual é o melhor ato da empresa? A contribuição social. Eles destinam 10% de todo o lucro para instituições que apoiam e integram seu selo “Trazer para Perto”. Além disso, oferecem treinamentos gratuitos sobre inclusão e acessibilidade para o meio corporativo. E assim terminamos nossa lista! Recomendamos que você visite os sites das empresas que comentamos, não só para checar os serviços oferecidos, mas também para continuar aprendendo sobre a importância da acessibilidade em todas as áreas, incluindo especialmente o universo audiovisual.
Guia sobre capacitismo

O que é, como se dá e como evitar Por Gabriel Vieira Junto à ascensão dos movimentos sociais favoráveis à reivindicação dos direitos das pessoas com deficiência, surge, nos anos 1980, nos Estados Unidos, o termo “ableism”, como uma tentativa de denunciar o preconceito e a discriminação enfrentados pelas pessoas com deficiência. Posteriormente, nos anos 2010, a nomenclatura é trazida para o Brasil como “capacitismo”, evidenciando a problemática como tão crítica quanto tantas outras enfrentadas pelos mais diversos grupos minoritários no país. Historicamente, é negado à comunidade PcD contextos de igualdade e inclusão em segmentos como saúde, educação, trabalho e convívio social, fatores englobados pelo conceito de capacitismo por meio do reforçamento de estereótipos, violência e negligência jurídica, perpetuando a ideia de que elas são inferiores ou dependentes. Na prática, a ideia de capacitismo pode se manifestar em diversos formatos: linguagem pejorativa; tratamento infantilizado; violência física e psicológica; e inacessibilidade arquitetônica, urbanística e digital. No que diz respeito à linguagem pejorativa, é comum que reproduzamos termos que, historicamente, estão associados à consolidação de estereótipos referentes às PcD. “Dar uma de João sem braço”, “fingir demência” e “retardado” são expressões que, mesmo quando utilizadas sem a intenção de ofender alguém, provavelmente vão causar desconforto. Também, comentários como “não consigo imaginar como você faz as suas coisas”, “você é um exemplo de superação” e “e eu aqui reclamando da minha vida” em contextos inapropriados configuram situações de expressão de preconceitos e discriminações, uma vez que a luta da comunidade está atrelada justamente à busca pela possibilidade de não ser resumida a sua deficiência. Por esta mesma razão, também, é considerado ofensivo se referir a PcDs como “especiais” ou “deficientes”. Em relação à falta de acessibilidade arquitetônica e urbanística, é previsto, na Legislação Brasileira, espaços adaptados com rampas, elevadores e escritas em braile para que pessoas com mobilidade dificultadas e cegueira, respectivamente, possam se locomover. Assim como a disponibilização de conteúdos com closed caption, audiodescrição e Libras em produções audiovisuais, literárias e digitais, no tocante a falta de acessibilidade digital. Embora avanços em termos de conscientização e legislação devam ser reconhecidos, a inclusão efetiva das pessoas com deficiência ainda é um desafio. No Brasil, políticas como a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, a Lei de Acessibilidade, a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva são alguns exemplos de políticas públicas que continuam a contribuir para melhores condições em aspectos como combate à violência, participação política e educação, trabalho e convívio social efetivos. Ademais, a Constituição Federal de 1988 estabelece fundamentos essenciais de promoção de igualdade, inclusão e não-discriminação. A Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas, ONU, de 2006, estabelece como pessoa com deficiência aquela que possui “impedimentos de longo prazo de natureza física, mental ou intelectual que, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”, podendo esses impedimentos serem permanentes, temporários ou progressivos. Fontes: https://www.bbc.com/worklife/article/20210330-the-harmful-ableist-language-you-unknowingly-use https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2020/11/capacitismo-subestimar-e-excluir-pessoas-com-deficiencia-tem-nome#:~:text=Origem,Permanente%20da%20Pessoa%20com%20Defici%C3%AAncia http://svr-net20.unilasalle.edu.br/bitstream/11690/3419/1/fpontin.pdf