INÍCIO

A representatividade de pessoas com deficiência nas telas brasileiras

Por Leonardo Pizza Diversos filmes, séries e novelas são produzidos em massa nos dias de hoje com temas e personagens variados. Com isso, tem-se visto um avanço na representação de diferentes grupos sociais e os impactos sofridos na sociedade. Tratando-se de pessoas com deficiência, os números passam longe de serem considerados exemplares, inclusive em nosso país. O que os dados mostram sobre a representação de PcD nas telas? Segundo a pesquisa TODXS, “O mapa da representatividade na publicidade brasileira”, com apoio da agência HEADS, na edição de 2022, constatou-se que apenas 1,2% de peças publicitárias apresentavam pessoas com deficiência. A pesquisa foi concluída com a seguinte opinião: “[pessoas com deficiência] deveriam ter sua existência naturalizada na publicidade”. A Global Alliance for Disability in Media and Entertainment (GADIM), projeto apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela International Disability Alliance (IDA), defende a inclusão das pessoas com deficiência na propaganda como forma de conscientização e inclusão. Em 2010, o IBGE constatou que o Brasil contava com mais de 45 milhões de pessoas com deficiência. Este número vem crescendo cada vez mais. A Sondery, consultoria especializada no desenvolvimento de comunicação criativa para acessibilidade, estima que, até 2030, pessoas com deficiência representarão 30% da população brasileira. Ainda sim, pouco se vê sobre essa parte da população nas telas. Como as novelas representam essas pessoas com deficiência? Nana Datto é uma mineira de 23 anos com displasia óssea nas duas pernas. É palestrante desde os 17 e publicitária pela ESPM. Nana fez um TCC para o curso de Comunicação e Publicidade intitulado “A representação de PcD nas novelas das nove, da Rede Globo, dos anos 2000 até 2020”. Foram pesquisadas ao todo 40 novelas e os resultados apresentados a um grupo focal composto por pessoas com deficiência ou voltadas a esse público. Nana informou: “O grupo emitiu suas impressões sobre personagens e cenários representados e me permitiu chegar à conclusão de que ainda temos muito o que caminhar para uma produção televisiva mais diversa”. Nana investigou como as novelas retratavam pessoas com deficiência na época escolhida. Concluiu-se que, no universo pesquisado, existem poucas produções que trazem PcDs como personagens e nenhuma delas os traz como papéis principais. Em 20 anos, apenas as novelas “América” (2005), “Páginas da Vida” (2006), “Viver a Vida” (2008) e “O Outro Lado do Paraíso” (2011) representaram pessoas com deficiências em suas tramas, mas constatou-se que ainda reproduziam capacitismo e estereótipos. Além disso, apenas Páginas da Vida e O Outro Lado do Paraíso contavam com atrizes PcDs interpretando as personagens. “Todas as Flores”, novela produzida pela TV Globo e exibida pelo serviço de streaming Globoplay, tem sido muito debatida desde seu lançamento no ano passado. Isto porque a novela é focada em histórias de pessoas com deficiência. A protagonista, Maíra, é deficiente visual, embora Sophie Charlotte, a atriz que a interpreta, não seja. Desta forma, foram incluídos personagens PcD interpretados por atores que também passam por essa realidade na vida real. Cleber Tolini, Moira Braga e Camila Alves interpretam analistas olfativos da empresa de vestuário e perfumaria Rhodes. Cleber é um ator com baixa visão, nível abaixo de 20%, que costuma fazer papéis humorísticos. Moira é atriz, bailarina contemporânea e performer. Já Camila é psicóloga clínica, psicoterapeuta corporal e consultora em acessibilidade estética. Quais filmes brasileiros abordam a temática de pessoas com deficiência? Cada vez mais filmes com temática PcD têm feito sucesso pelo mundo nos últimos tempos. Alguns deles são: Encontro às Escuras (2006), Intocáveis (2011), Margarita com Canudinho (2014), Forjando Campeões (2020). Ter esta representação nas telas auxiliou no aumento da visibilidade deste tema e gerou cada vez mais debates a respeito. Mas como se encontra o cenário cinematográfico brasileiro com relação a essa temática? Infelizmente, a quantidade de filmes sobre personagens com deficiência no Brasil ainda é muito baixa. Parte deles nunca foram assistidos pela grande massa. Sendo assim, separamos uma lista com os principais filmes brasileiros com temática PcD para conhecer melhor sobre o assunto e para que brasileiros com deficiência se sintam representados nas telas: A Pessoa é para o que Nasce (1998) – Três irmãs cegas viveram toda sua vida cantando e tocando ganzá em troca de esmolas nas cidades e feiras do nordeste brasileiro. Após uma grande reviravolta, as mulheres são transformadas em grandes celebridades. Herbert de Perto (2009) – Conheça a vida de um dos mais talentosos músicos brasileiros. Herbert, o líder da banda Paralamas do Sucesso, conta sua história de luta, persistência e superação. Colegas (2012) – Três jovens com síndrome de down, apaixonados por cinema, fogem da instituição onde vivem para perseguir seus sonhos em uma grande aventura. Márcio precisa voar, Aninha quer se casar e Stalone deseja ver o mar. Pauê – O passo de um vencedor (2013) – A vida e a carreira esportiva de Paulo Eduardo Chieffi Aagaard, ou simplesmente Pauê – o surfista que perdeu as duas pernas em um acidente de trem aos 18 anos e superou todos os obstáculos para se tornar campeão mundial de surf. Hoje eu Quero Voltar Sozinho (2014) – Leonardo é um adolescente cego que quer ser mais independente, porém a superproteção da mãe não o ajuda. Ele planeja fazer uma viagem de intercâmbio, porém a chegada de Gabriel, um novo aluno na escola, desperta desconhecidos sentimentos no garoto. O Filho Eterno (2016) – Roberto e Cláudia aguardam a chegada de seu primeiro bebê. A notícia de que seu filho seria portador de Síndrome de Down faz Roberto, que é escritor, ter sérias dificuldades com a paternidade. Qual a importância da representatividade PcD nas telas? A representatividade está positivada na nossa Constituição Federal do Brasil de 1988. Em seu parágrafo único do artigo primeiro, estabelece que “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição”. Algumas das dificuldades sofridas por pessoas com deficiência devido à falta de inclusão e tratamentos desiguais: exclusão de PcD de todas as garantias sociais e estatais, discriminação, falta de acessibilidade em ambientes públicos,

BBB 23 e a autodescrição

Por Catrina Jacynto Com o início da 23ª edição do Big Brother Brasil, os telespectadores foram surpreendidos com a atitude espontânea dos participantes do reality em descrever a própria aparência a fim de proporcionar ao público com deficiência visual o conhecimento da fisionomia dos mesmos. Muito se comentou sobre esse fato e levantou um debate relevante, sobretudo ao falarmos de inclusão e acessibilidade: por que fazer a audiodescrição? Para começar, é importante definir que o que os participantes fizeram não foi uma audiodescrição de fato, mas uma autodescrição, ou seja, uma narrativa sobre a própria aparência. Isso, claro, não diminui o mérito do feito, mas é preciso estabelecer que a audiodescrição vai muito além do que uma descrição direta e precisa de paisagens, pessoas e imagens no geral.  A audiodescrição é uma técnica de transmissão de informação que permite que pessoas com deficiência visual possam ter acesso ao conteúdo audiovisual, tais filmes, programas de televisão, jogos, eventos ao vivo, entre outros. Através da audiodescrição, é possível descrever detalhes visuais, como cenas, ações, expressões faciais e outros elementos relevantes que complementam a narrativa, sem interferir na trilha sonora original. Além do público deficiente visual, a audiodescrição também pode ser útil para pessoas com dificuldades de compreensão visual, como idosos, crianças pequenas, pessoas com dificuldades de concentração e daltônicos. Os audiodescritores, como são denominados os responsáveis por essa atividade, precisam ter acesso a uma formação adequada que abranja conceitos sobre a deficiência visual, histórico, princípios e teorias da audiodescrição, além de noções de resumo e treinamento prático. É fundamental que eles também assistam a peça, filme ou espetáculo antes de elaborarem a audiodescrição, para ter familiaridade com o tema, personagens, figurino, vocabulário específico, autor e cenários. Outro fator essencial é a produção de um roteiro para audiodescrição, que inclua todas as informações adicionais que serão inseridas entre os diálogos. No teatro, este roteiro é revisado pelo diretor da peça, que verifica a coesão e fidelidade ao tema e linguagem da obra. As informações devem ser objetivas e isentas de opiniões pessoais do audiodescritor. Este é um trabalho que requer atenção, tempo, dedicação e preparação. Apesar da autodescrição feita no BBB 23 não corresponder exatamente aos trâmites técnicos da audiodescrição, ela foi muito significativa para trazer visibilidade para o valor da audiodescrição e a acessibilidade. A passos lentos, porém progressivos, a audiodescrição é somada aos mais diversos programas. Quanto maior for o conhecimento da população a respeito dessa tecnologia, maior será a busca pelo uso e oferta desse recurso por parte das instituições, além de viabilizar a naturalização da descrição, por mais que simples, como um ato que impacta diretamente nas impressões que uma pessoa com deficiência têm do mundo à sua volta. As fontes utilizadas:

Futsal Down: O esporte como ferramenta de inclusão

Por Thammy Luciano A prática da atividade promove a autonomia e o bem-estar de crianças, jovens e adultos. No dia 21 de março, foi celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data tem como propósito recordar e conscientizar todos sobre a luta cotidiana pela equidade dos direitos e a inclusão das pessoas com Síndrome de Down. Visando promover a qualidade de vida e contribuir para desenvolver cada vez mais a autonomia, o esporte tornou-se uma ferramenta de inclusão para crianças, jovens e adultos. Entre tantas atividades, o futsal vem conquistando espaço e tornando-se uma das escolhas favoritas. Dizer que o Brasil é o país do futebol, é uma unanimidade, mas também podemos declarar orgulhosamente que temos a melhor Seleção de Futsal Down do mundo. Há 15 anos, após ter se aposentado dos gramados, o ex-jogador do Corinthians, Cleiton Monteiro, passou a treinar a primeira equipe de futsal para pessoas com síndrome de Down. O time montado em parceria com o Corinthians e a Associação Paradesportiva JR, tornou-se referência no país e deu o pontapé inicial para a popularização do futsal Down. Pouco tempo depois, em 2011, Monteiro assumiu o dever de montar a Seleção Brasileira de Futsal Down, que conquistou seu primeiro título em 2019. Seleção Brasileira de Futsal Down na conquista do bicampeonato mundial. Reprodução: (Foto: Marcos Riboli) Em 2022, a equipe masculina de futsal Down foi bicampeã mundial contra os maiores rivais do Brasil, a Argentina. O torneio que aconteceu em Lima, no Peru, foi conquistado pelos brasileiros com o placar de 5 a 1, concretizando o talento e a qualidade da equipe invicta em cinco jogos. Em entrevista ao Terra, em março de 2022 por Rosana Ferreira, Cleiton Monteiro disse que os atletas com Down passam por treinamentos próximos aos de times profissionais e o cuidado com o grupo é um diferencial. Inclusão A prática do esporte traz inúmeros benefícios para a pessoa com a Síndrome de Down. Além de melhorar a qualidade de vida, o futsal trabalha a coordenação, o desenvolvimento cognitivo, o psicológico, ajudando a aprender a ganhar, perder e lidar com seus sentimentos, e contribui para o bem-estar social, uma vez que estar em grupo leva o atleta a interagir com outras pessoas, aprendendo a trabalhar em equipe. O futsal como ferramenta de inclusão social, de acordo com Claudete de Lima, Coordenadora do Centro Síndrome de Down de Campinas, em entrevista ao Correio Popular em março, é um método eficaz no desenvolvimento de crianças, jovens e adultos. Apesar da promoção da inclusão social através do esporte, o futsal Down enfrenta uma luta diária para manter as atividades e permitir que os atletas de equipes masculinas e femininas continuem em ação e participando de competições. A falta de incentivo e investimento prejudica os times. Embora a Seleção Brasileira de Futsal Down tenha destaque mundial, para participar do campeonato em que conquistou o segundo título foi necessário arrecadar recursos a partir de uma vaquinha virtual, para as passagens aéreas, hospedagem e alimentação dos atletas. Além disso, por não fazer parte do programa paraolímpico, o futsal Down encara dificuldades para receber apoio e ganhar visibilidade. Ainda que a luta pela equidade seja cotidiana, o futsal Down sobrevive e segue firme, criando um legado e compondo uma história de vitórias. O suporte inicial de Cleiton Monteiro e daqueles que acreditaram em seu projeto, foi e é fundamental para que crianças, jovens e adultos com Síndrome de Down sigam praticando esportes e vivenciando novas experiências. Conheça o Futsal Down Equipe de Futsal Down criando em parceria com a Ponte Preta em 2019. Reprodução: (Foto: Marcos Riboli) Ponte Preta S21 O projeto em parceria com a Ponte Preta, equipe de futebol de Campinas, teve início em 2019 e conta com mais de 50 atletas a partir dos 6 anos de idade, nas categorias de futsal masculino e feminino. As atividades são gratuitas e mantidas a partir de trabalho voluntário de profissionais de educação física, pais e amigos. Integrante do FutDown Hortolândia ao lado de Marcos Leonardo em visita ao CT Rei Pelé. Reprodução: (Raul Baretta/ Santos FC). FutDown Hortolândia A equipe mantém atividade na cidade de Hortolândia, São Paulo. O projeto iniciado pela prefeitura da cidade foi criado para promover a inclusão social e atende crianças e jovens de diversas idades. Atletas do Projeto Up ao lado de Maicon durante a visita ao CT Rei Pelé. Reprodução: (Raul Baretta/ Santos FC). Projeto Up/Santos A iniciativa visa promover interações e socializações para pessoas com deficiência através do esporte. O Projeto Up reúne mais de 50 atletas, sendo 20 com Síndrome de Down. Referências:


Fatal error: Uncaught ErrorException: md5_file(/home/clickinc/public_html/wp-content/litespeed/css/a499c513deec7184b19e78462f8b2bc2.css.tmp): Failed to open stream: No such file or directory in /home/clickinc/public_html/wp-content/plugins/litespeed-cache/src/optimizer.cls.php:130 Stack trace: #0 [internal function]: litespeed_exception_handler(2, 'md5_file(/home/...', '/home/clickinc/...', 130) #1 /home/clickinc/public_html/wp-content/plugins/litespeed-cache/src/optimizer.cls.php(130): md5_file('/home/clickinc/...') #2 /home/clickinc/public_html/wp-content/plugins/litespeed-cache/src/optimize.cls.php(837): LiteSpeed\Optimizer->serve('https://www.cli...', 'css', true, Array) #3 /home/clickinc/public_html/wp-content/plugins/litespeed-cache/src/optimize.cls.php(330): LiteSpeed\Optimize->_build_hash_url(Array) #4 /home/clickinc/public_html/wp-content/plugins/litespeed-cache/src/optimize.cls.php(264): LiteSpeed\Optimize->_optimize() #5 /home/clickinc/public_html/wp-includes/class-wp-hook.php(324): LiteSpeed\Optimize->finalize('<!doctype html>...') #6 /home/clickinc/public_html/wp-includes/plugin.php(205): WP_Hook->apply_filters('<!doctype html>...', Array) #7 /home/clickinc/public_html/wp-content/plugins/litespeed-cache/src/core.cls.php(477): apply_filters('litespeed_buffe...', '<!doctype html>...') #8 [internal function]: LiteSpeed\Core->send_headers_force('<!doctype html>...', 9) #9 /home/clickinc/public_html/wp-includes/functions.php(5420): ob_end_flush() #10 /home/clickinc/public_html/wp-includes/class-wp-hook.php(324): wp_ob_end_flush_all('') #11 /home/clickinc/public_html/wp-includes/class-wp-hook.php(348): WP_Hook->apply_filters(NULL, Array) #12 /home/clickinc/public_html/wp-includes/plugin.php(517): WP_Hook->do_action(Array) #13 /home/clickinc/public_html/wp-includes/load.php(1270): do_action('shutdown') #14 [internal function]: shutdown_action_hook() #15 {main} thrown in /home/clickinc/public_html/wp-content/plugins/litespeed-cache/src/optimizer.cls.php on line 130