Tecnologia + Inclusão = Tecnologia Assistiva!

Por Sofia Wu Mais do que nunca, a crise sanitária, a nível global, causada pela COVID-19 soube nos mostrar a importância que a tecnologia desempenha e sempre desempenhou em nossas vidas. E nos mais diversos âmbitos, como lazer, educação e negócios. A tecnologia ficou em evidência e a pandemia, por sua vez, reforçou a ideia de que essa ciência pode ser cada vez mais utilizada para atender diferentes propósitos. Entre eles, gerar resultados rápidos, acelerar as comunicações, diminuir distâncias, facilitar processos e, sobretudo, fornecer conforto e melhorar a qualidade de vida do ser humano. A Tecnologia Assistiva (TA) é o termo empregado para referir-se a um conjunto de recursos e serviços que, voltados para pessoas com deficiência, são responsáveis em propiciar a inclusão social, autonomia, qualidade de vida, independência e, em alguns casos, proporcionar ou ampliar habilidades funcionais. O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) da Secretaria dos Direitos Humanos (SDH) define “Tecnologia Assistiva” como “uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social”. Os recursos, que fazem parte da TA, possuem a função de aprimorar, manter ou aumentar as competências funcionais de pessoas com deficiência e são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema produzido em série ou sob medida. No geral, são itens ou produtos adaptados. Sendo a gama bastante ampla e diversificada, pertencem aos recursos da Tecnologia Assistiva: materiais protéticos, auxílios visuais, aparelhos de escuta assistida, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores especiais, recursos para mobilidade manual e elétrica, dispositivos para adequação da postura sentada, computadores, softwares e hardwares especiais, nos quais questões de acessibilidade são abordados, roupas adaptadas, brinquedos e bengala, além de mais outros numerosos produtos manufaturados ou disponíveis comercialmente. Já os serviços referem-se àqueles que, diretamente, dão auxílio à pessoa com deficiência para que essa possa usar, selecionar ou comprar os recursos ou o recurso de TA que melhor atenda as suas necessidades. São realizados por meio de profissionais de diferentes campos de atuação e geralmente têm caráter transdisciplinar. As diversas áreas dos profissionais envolvidos nos serviços de Tecnologia Assistiva são: Design, Arquitetura, Engenharia, Medicina, Enfermagem, Psicologia, Educação, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia e várias outras especializações. Além do mais, as tecnologias assistivas são divididas em 11 classificações. A categorização em questão, atualizada pela última vez há cinco anos atrás, em 2017, foi redigida pelos teóricos José Tonolli e Rita Bersch em 1998 e fundamentada nas diretrizes gerais do Ato dos Americanos com Deficiências (Americans with Disabilities Act – ADA), a partir da formação dos autores no Programa de Certificação em Aplicações da Tecnologia Assistiva – ATACP – da Universidade do Estado da Califórnia, Northridge, na Faculdade de Aprendizagem Estendida e Centro de Deficiências, e em classificações terceiras aplicadas em bancos de dados de TA. As 11 categorias dividem-se em: Auxílio para a vida diária e prática Produtos, materiais e utensílios que têm o papel de proporcionar independência e autonomia nos mais diversos ambientes do cotidiano, como escola, casa e trabalho, para pessoas com deficiência. São um exemplo: Itens adaptados que auxiliam na alimentação. Comunicação aumentativa e alternativa – CAA Recursos direcionados para pessoas que possuem dificuldade de escrita, de fala ou até a ausência dela. São um exemplo: Dispositivos de voz, computadores com software de leitura, interpretação e tradução de textos para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), e pranchas de comunicação produzidas com símbolos gráficos (Bliss, PCS e entre outros), letras ou palavras escritas. Recursos de acessibilidade ao computador Como lupa virtual, mouses adaptados, teclados em braille, trackball (bola de comando) e programas que ampliam a tela. Sistemas de controle de ambiente Recursos voltados para pessoas que possuem limitação motora e, por isso, apresentam dificuldades em, sozinhas, ligarem iluminação, aparelhos ou o sistema de refrigeração em dados lugares. São um exemplo: Dispositivos conectados a um controle remoto. Projetos arquitetônicos para acessibilidade Calçadas e ruas que possibilitam o acesso a pessoas com deficiência visual ou mobilidade reduzida. São um exemplo: Projetos arquitetônicos urbanos com adaptações estruturais, como elevadores, rampas, adaptações em banheiros e mobiliário. Órteses e Próteses As órteses asseguram melhor posicionamento ou estabilidade à pessoa e são colocadas junto a uma determinada parte do corpo. As próteses, por sua vez, são responsáveis por ampliar, corrigir ou substituir partes de uma função natural e caracterizadas como sendo peças artificiais. Adequação postural Como almofadas, estabilizadores ortostáticos e outros. Auxílios de mobilidade Como algum equipamento que auxilie na locomoção de pessoas com deficiência, cadeira de rodas, carrinhos, andadores, muletas e bengalas. Auxílio para pessoas cegas ou de baixa visão Como hardwares com impressoras braille, softwares leitores de tela, ampliadores de tela, leitores de texto, auxílios ópticos, lentes, telelupas e lupas, e outros. Auxílios para pessoas surdas ou com déficit auditivo Como dispositivos com tradução para a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), plataformas ou aplicativos que oferecem esses tipos de serviços em tempo real, equipamentos (infravermelho e FM), sistemas com alerta táctil-visual, telefones com teclado-teletipo (TTY) e aparelhos para surdez. Adaptações em veículos Como rampas, elevadores, facilitadores de embarque e desembarque, assentos e cintos adaptados, e outros. Dando enfoque, agora, aos aplicativos idealizados e criados com o objetivo de auxiliar as pessoas com deficiência em suas atividades diárias, promovendo mais autonomia, independência, conforto e melhor qualidade de vida, temos no mercado: Spread The Sign Para usá-lo, o usuário deve digitar uma palavra e, por meio de vídeos, o aplicativo fornecerá a tradução do termo desejado para as diferentes línguas de sinais existentes, uma vez que cada país possui e utiliza a sua própria. Considerado o maior dicionário de línguas de sinais do mundo, o Spread The Sign está disponível em versão web, Android e iOS. HandTalk Além de premiado pela Google no “Desafio Google de Impacto em IA” no início de 2019, o HandTalk também é um dos tradutores de línguas de sinais mais usados e bem