Cão-guia: o melhor amigo do deficiente visual

Por Maria Clara O cão é tido como o animal domesticado mais antigo que se tenha registro. Durante a época da primeira guerra, um médico alemão, doutor Gerhard Stalling, foi o precursor da ideia de adotar esses animais como forma de orientar os soldados que acabavam ficando cegos por conta dos incidentes da guerra, isso porque os cães possuem um excelente olfato e audição, o que facilita muito em ajudar essas pessoas. Após essa ideia do doutor, em 1916, foi fundada a primeira escola de cães-guias, em Oldenburg, na Alemanha. O cão-guia é um animal que é treinado para auxiliar pessoas cegas ou que possuem algum tipo de necessidade especial ou precisam de um certo amparo para a realização de tarefas. Normalmente, são utilizados o labrador ou o golden retriever, que são raças de temperamento dócil e por ter um porte que varia de médio a grande. Para que o treinamento aconteça, eles passam por um processo rígido, que pode durar entre um ano e meio a dois e esse treinamento é composto por três fases: socialização, treinamento e instrução. Durante o processo de socialização, o cão-guia passa a conviver com famílias voluntárias para aprender a socializar e também a ter acesso a alguns comandos simples, que serão utilizados na hora de orientar alguém. Já durante a fase de treinamento, eles recebem um adestramento específico para guiar os cegos e, assim, chegar na última e terceira fase, que é quando são instruídos juntamente com o seu tutor. Dentre as suas principais funções, o cão-guia é responsável por conduzir o seu dono dentro de casa e em espaços públicos, como por exemplo: atravessar a rua; desviar de obstáculos; e ajudar o tutor a entrar em transportes públicos. Em situações de perigo, o cão-guia é orientado a desobedecer ordens em prol do bem-estar do seu dono. Ainda que ele possua uma variedade de responsabilidades, é importante para a saúde do animal que o cão-guia tenha momentos de lazer e receba carinho e atenção de seu dono. Com isso, apesar de serem animais que chamam atenção por conta da sua aparência muita das vezes dócil, não é indicado brincar com eles na rua, uma vez que eles não podem sofrer nenhum tipo de distração. No Brasil, há a lei 11.126, de 2005, que orienta a todos os estabelecimentos que seja permitido a entrada de cães-guias e que as pessoas cegas permaneçam com os animais durante todo o tempo da estadia, seja em um restaurante, táxi, supermercado, transportes públicos ou algum ambiente privado. Os cães-guias devem manter-se o tempo todo com o seu tutor, pois a sua função é orientá-lo. Para identificar o cão-guia em lugares públicos, é necessário reparar em alguns detalhes: os cães-guias precisam estar o tempo todo de coleira e peitoral, acessórios estes que ajudam na orientação do seu dono. Além disso, o cão-guia sempre estará à esquerda do tutor, e, por isso, o aconselhável é se dirigir à pessoa cega pelo lado direito em situações como esta. Em relação ao tempo de permanência com o tutor, é levado em consideração que a estimativa de vida do cão é de dez a vinte anos. Dessa forma, os cães-guias passam, em média, oito anos ao lado do seu dono. Depois desse tempo, eles se aposentam e podem ser adotados pelo tutor ou por uma outra família que já tenha afinidade.
As doenças ocultas e a importância de saber reconhecê-las

Por Pietra Inoue Não é de hoje que o debate sobre acessibilidade vem crescendo na nossa sociedade. A acessibilidade é um assunto que está sendo abordado cada vez mais no dia a dia, seja sobre como melhorar a inclusão de pessoas com deficiências físicas ou intelectuais ou como facilitar a vida e a convivência delas em um mundo que não era prioritariamente acessível. Sendo esse assunto tão recorrente nos dias atuais, é cada vez mais importante conscientizar as pessoas sobre as chamadas “doenças ocultas”, que são, nada mais nada menos do que doenças que não podem ser percebidas ao primeiro ver, diferente de deficiências físicas, por exemplo, que são facilmente notadas. Dentro do leque de doenças ocultas, temos, por exemplo, síndrome de Tourette, autismo, ansiedade e algumas fobias. O principal fator que caracteriza tais doenças como ocultas, é o fato de elas serem, em sua maioria, transtornos sociais, ou seja, transtornos que atuam na interação social dos portadores com outros indivíduos. A importância da conscientização da sociedade sobre essas doenças e como reconhecê-las, se dá porque, situações, por exemplo, que envolvam multidões ou uma grande concentração de pessoas, já tendem a ser muito estressantes, e para alguém com deficiências ocultas, tais situações podem facilmente desencadear uma crise, que pode ser nociva, tanto para a própria pessoa como para os que estão a sua volta. Já existem símbolos que são usados especificamente para identificar algumas doenças e transtornos, e a importância em saber identificá-los é exatamente para poder prevenir qualquer acidente, uma vez que, quando percebida, a pessoa portadora de uma deficiência oculta pode receber o auxílio correto em uma situação de emergência, evitando situações que podem ser graves e até fatais para todos os envolvidos.