Por Yasmin Augusto e Fabíola Oliveira
Todas as imagens desse artigo possuem texto alternativo com a audiodescrição resumida (#pracegover).
Num país em que mais de 24% da população possui algum tipo de deficiência, o Carnaval Inclusivo vem dando os seus primeiros passos de sucesso para que essa festa popular realmente insira todos os foliões na diversão. E é exatamente com esse objetivo que a Prefeitura de São Paulo, através da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), desenvolveu a 5° edição do projeto “Samba com as mãos”, cuja finalidade é incluir pessoas com deficiência auditiva e visual na maior festa cultural do país. O projeto teve início em 2016 e na edição de 2019 contou com a ajuda da equipe do secretário Cid Torquato para auxiliarem os intérpretes de LIBRAS. A necessidade se dá pelo fato de os sambas-enredo possuírem traços poéticos específicos, além de expressões idiomáticas, palavras em línguas africanas e indígenas, o que pode dificultar uma tradução fiel e literal da mensagem de cada escola.

O projeto consiste nas seguintes etapas:
- Estudo dos sambas-enredo: se dá pelos intérpretes de libras desde janeiro, pois as palavras de origem africana e indígena presentes na música devem ser traduzidas;
- Gravação: em parceria com a TV Câmara SP, os intérpretes gravam as traduções dos enredos em estúdio;
- Divulgação: lançamento dos vídeos com as traduções nas quadras de cada escola e disponibilização dos links com os vídeos das traduções dos sambas-enredos no site e no canal da SMPED no YouTube;
- Uso no Carnaval: disponibilização dos vídeos em telões no Espaço da Cidade, no Anhembi, durante o Carnaval.

A inclusão de surdos no carnaval paulistano não é novidade: em 2005, o abre-alas da campeã Império de Casa Verde – uma nave – tinha uma encenação com jovens atores do grupo de teatro Sete Faces, liderados por Francisco de Assis, fantasiados de astronautas e interpretando o samba-enredo na Língua Brasileira de Sinais.
Em 2016, Giovanna Maira, de 29 anos, uma musicista formada pela Universidade de São Paulo e cantora lírica, cega desde 1 ano e 2 meses devido a um câncer, fez parte do primeiro grupo de jurados de bateria cegos do Carnaval paulistano, que estrelou no Sambódromo do Anhembi. Essa iniciativa foi criada pela UESP (União das Escolas de Sambas Paulistanas) em parceria com a SPTuris (São Paulo Turismo), em que cinco deficientes visuais participaram de aulas teóricas, aulas práticas e avaliações para aprender a como julgar uma bateria. Pois, segundo Kaxitu Ricardo Campos, presidente da UESP, o quesito deve ser avaliado pelo som, apenas, sem a influência de fantasia e/ou coreografias, e, por isso, foi decidido capacitá-los para a tarefa. Analisando o método do projeto, é possível reconhecer uma semelhança com o programa The Voice, cujos participantes cantam ao fundo e os jurados ficam virados de costas para focarem apenas na voz do(a) cantor(a).

Na atualidade, a escola Rosas de Ouro tem 20 componentes surdos que desfilam na linha de frente de uma ala, interpretando o samba em Libras, em uma ação organizada pela diretora Vanessa Dias. A escola também contará, nos ensaios para esta edição do Carnaval, com um intérprete de Libras atuando no palco.
Esses exemplos que mostramos essa semana no blog revelam que a sociedade brasileira, aos poucos, está incluindo as pessoas com deficiência nas festas, nas tradições e folias tão presentes no nosso país. Por que não levar tais exemplos para outros âmbitos do nosso dia a dia?
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